Reflexões sobre o sétimo mês do bebê. Vou confessar uma coisa (mais uma, entre tantas confissões que tenho feito por aqui): lá pelo quarto mês de vida do pequeno eu queria muito voltar a trabalhar. Parar definitivamente de trabalhar nunca esteve nos meus planos. Sempre fui uma pessoa ativa e gosto do meu trabalho – além da questão financeira, claro.
Depois de quatro meses totalmente imersa na função de mãe eu queria muito mudar de ambiente e ter conversas para além dos temas fraldas, choros e noites sem dormir. Queria voltar a trabalhar. Por que mesmo fui pedir a prorrogação da licença maternidade?
Pois é. Mas aí o tempo foi passando, as coisas em casa foram melhorando, e quando eu realmente tive que voltar a trabalhar, no sétimo mês do filhote (porque acabei pegando mais um mês de férias para prorrogar esse retorno), eu não queria mais. Não mesmo!
Se eu não pensei em parar de trabalhar em definitivo, pelo menos pensei em pegar licença por mais alguns anos. Eu já estava tão acostumada com a nossa rotina, já estávamos nos entendendo tão bem – eu e o pequeno – que eu não queria que nada mudasse. Mas a vida continua, mesmo depois que nos tornamos mãe – sim, acreditem!
Mas sabem que foi bom esse distanciamento entre mãe e filho? Bom para mim, que pude confirmar que ainda era eu mesma – mulher, profissional, produtiva. Bom para meu filho, que teve a oportunidade de ser cuidado exclusivamente pelo pai durante o dia – o Charlles pegou um mês de férias para ficar com o Vinicius até as aulas começarem.
Ainda tínhamos nossos momentos de amamentação (de manhã e à noite), eu continuava almoçando em casa (para dar um cheiro na cria no meio do dia) e quando chegava em casa era só matar a saudade. Ai, e que saudade!
Eu não digo que cabeça de mãe é muito confusa? Adorei voltar a trabalhar, mas sentia MUITA saudade do meu filho. Era aquela história de ter um coração batendo fora do meu corpo: longe dele, eu sentia falta de um grande pedaço de mim.
Chorei, me questionei se estava fazendo a coisa certa, chorei mais um pouco, liguei para a minha mãe (chorando) e escrevi uma poesia 🙂
Índice
Sétimo Mês
É bom voltar a trabalhar,
mas a saudade que eu sinto
é de matar!
Saudade daquele carinha sapeca
a me olhar
Saudade das conversas bobas
de abu, brrr e dá dá dá
Saudade dos brinquedos
espalhados pelo chão
e até das horas
em que tenho que dizer “não”
Saudade das infindáveis horas
que antecedem o dormir
e da alegria que me toma
ao te ver sorrir
É bom voltar a trabalhar, sim,
Mas longe de ti
sinto que falta um grande pedaço de mim.
Talita
14/01/14
11:51
Essa poesia faz parte do Álbum do primeiro ano do Vinicius.
Como foi o sétimo mês do seu bebê?
Interessadas em ler outras poesias que também fazem parte do álbum do primeiro ano do Vinicius?
No Segundo Mês do bebê precisamos começar a complementação do leite materno por aqui. No Terceiro Mês do bebê descobri que amor de mãe não é a primeira vista. Tem uma poesia para cada mês do primeiro ano. A poesia do Sexto Mês do bebê é a anterior a esse post.
Aqui tem algumas dicas bem bacanas para voltar a trabalhar feliz depois da licença maternidade! Não são minhas (são da Revista Crescer), mas eu assino embaixo! 🙂
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6 Comentários
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Talita Rodrigues Nunes, 42 anos, casada com meu príncipe Charlles, mãe do Vinicius, de 10 anos. Acredito que com ORGANIZAÇÃO e POESIA a vida Só Melhora!
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Chorei com a sua poesia, linda e verdadeira. Realmente, vida de mãe apresenta um dilema atrás do outro. Sofri tanto qdo tive que voltar a trabalhar… na época do Théo, a licença era só 4 meses, mais um de férias. Com 5 meses ele foi para o Colégio em período integral, sofria mto qdo dava aqueles dias terríveis de inverno, onde tinha que deixá-lo 7 horas da manhã… Decidi que queria que fosse diferente quando tivesse outro filho, que planejaria para te-lo apenas quando tivesse condições ficar um tempo sem trabalhar. E tive condições de fazer isso, mas se passaram 10 anos para chegar a Olívia. 10 anos!!!!!!Mas foi como o planejado, foi para o Colégio apenas com 1 ano e 7 meses. Só melhora…. beijos!
Que linda tua história, Fernanda. Na verdade, duas histórias bem diferentes. Tua vida profissional mudou bastante, né?
Mas o bom é que mudou para melhor! E que coisa boa poder dizer que da segunda vez foi exatamente como querias!
É por isso que não canso de repetir que só melhora! 😉
Aiinnnn, amei a poesia e o post! Fiquei muito emocionada :'(
já tô sentindo o drama, Tá. Mas eu sou como você, gosto de trabalhar e espero me adaptar ao novo trabalho. As horas sem eles serão angustiantes, certamente, mas faz parte da adaptação, né?
E me conta, vc colocou na escolinha a partir do 8º mês então?
Ele ficava o dia todo?
Beijos
Então, Aline, “mãe” é apenas uma parte do que nós somos, certo?
Portanto, voltar ao trabalho e, consequentemente, colocar o filhote no colégio, faz parte sim.
O Vinicius foi para o colégio com 8 meses e nesse começo ia só à tarde (ficava com a babá de manhã).
Depois que nos mudamos, ele estava com um ano e meio, é que ele passou a ficar em período integral (continua assim até hoje).
Seguimos conversando! 😉 Beijos
Cadê o card para pinterest desse poema??!! Eu senti o mesmo que você! Mas não tive chance…era voltar ou pedir pra sair heheheh (como contei https://integralmentemae.com/vida-de-mae-profissional/) . Estou cada vez mais xeretando seu cantinho! rsrsr vendo fotos do seu bebê qdo era mesmo um bebê rs
hehehe
Bem lembrado, Hellen!
Esse post é mais antigo e ainda não preparei imagens para o Pinterest.
Mas está aqui anotado para fazer em breve! Obrigada pela lembrança!