Ser a melhor mãe possível é o pensamento de toda mãe. Impossível é não se emocionar com relatos de parto. A chegada de um novo ser humano ao mundo é mesmo um milagre.

Também tenho meu milagre. Assim como tantas mulheres, não pude ter parto normal, e um dia antes de completar as 40 semanas foi feita a cesárea. O ultrassom mostrou uma quantidade bem baixa de líquido amniótico. Meu bebê chegou a aspirar mecônio, o que o fez ficar em observação logo após o parto. Foram as 5 horas mais solitárias e mais tristes da minha vida.

Felizmente isso não trouxe maiores consequências. E, a partir daquele momento, nascemos todos para uma nova vida: filho, mãe e pai (e avós, e tios e primos). O relato de parto completo está aqui.

A verdade é que, não importa se o parto foi normal ou cesáreo, a gente chega em casa com um bebê nos braços e precisa se virar nos trinta!

frase dizendo que a maternidade só melhora

Nasce a melhor mãe possível

E esses primeiros meses são tão, mas TÃO INTENSOS, que até ontem eu dizia que não sentia a menor saudade deles. Mas sabe que hoje, mais de dois anos depois daquele parto, eu tô começando a sentir saudade?

É claro que não tenho saudade das milhares de noites mal dormidas. Mas lembro com carinho daquele bebê todo encolhidinho, um pontinho perdido dentro do berço, com pouco mais de 3 Kg.

Não, não sinto a menor falta de toda aquela choradeira. Mas meu coração se enche de ternura ao lembrar dos primeiros sorrisos de reconhecimento: meu filhote sabe que eu sou a mamãe – a melhor mãe.

Não gosto nem de lembrar da época em que a gente não se entendia e eu não tinha a resposta para a pergunta que todos me faziam: “o que ele quer???” Mas sinto saudades de quando o meu peito e o meu colinho resolviam todos os problemas.

Ainda é muito difícil perceber que serei mãe para sempre e que a vida antes disso nunca mais voltará. Mas igualmente difícil é imaginar minha vida sem meu pequeno por perto.

Quero ser a melhor mãe que eu puder

A Sociedade Brasileira de Pediatria usa o termo “bebê” até os dois anos de idade. Então, oficialmente, eu não tenho mais um bebê em casa. E juro que achei (e afirmava isso até ontem, como já disse) que nunca sentiria saudades do meu bebê. Mas parece que vamos esquecendo a dor e guardando só o bom dos momentos…

Agora, sentir saudade não quer dizer que eu gostaria de voltar no tempo! Não! Ao contrário de muitas mães que dizem que “filho é como vídeo game” – a fase seguinte é sempre mais difícil – eu digo que “só melhora”!

Melhora muito quando todos passamos a dormir 6 horas seguidas. Melhora muito quando não somos a única fonte de alimento deles. Melhora MUITO quando eles conseguem falar o que querem. Melhora um tanto quando eles conseguem passar um dia (ou uma noite, ou um dia e uma noite!) na casa da vovó. Melhora MUITO MESMO quando a gente consegue se entender – claro que isso nunca é 24 horas por dia, mas é a maior parte do tempo.

Lembro de que, quando estava de licença maternidade, assisti a um programa da Fátima Bernardes (taí outra coisa de que sinto saudade) em que ela dizia que o único tempo que demora a passar é o primeiro ano de vida dos filhos. Concordo. Achei que o primeiro ano demorou séculos! Vamos dizer que o segundo também não passou assim tão rápido… Mas agora já me pego descobrindo habilidades do pequeno que parecem ter surgido do dia para a noite.

frase: sou a melhor mãe que eu posso ser

A mãe possível é a melhor mãe

Acho que esse é o meu milagre: ir crescendo, aos poucos, com o meu filho. Porque um filho é mesmo um milagre de Deus. Faz a gente praticar muito a paciência, a compaixão, o amor. Nos faz descobrir capacidades que nem imaginávamos que tínhamos e aprender outras tantas. Faz a gente querer ser uma pessoa melhor.

Mas ainda somos apenas seres humanos. Mães e pais aprendendo a ser mães e pais. Então, não sei se sou a melhor mãe que meu filho poderia ter – nem sei se quero ser a melhor mãe do mundo (é muita responsabilidade para uma pessoa só!).

Mas sou a melhor mãe que eu posso ser. E isso me basta. Espero que baste também para o meu filho.

O texto acima foi adaptado do original publicado no Não São Gêmeos. Mas o nome desse blog – Só Melhora – surgiu exatamente desse texto e não poderia deixar de publicá-lo por aqui também!

imagem de um menino pensando

As 5 melhores lembranças de um feriado de uma mãe possível

Falando em ser uma mãe possível, deixa eu exemplificar com minha lista de melhores lembranças do último feriado. O feriado passou, a vida voltou ao “normal”, mas as melhores lembranças ficam para sempre em nossa memória. Ou não. Porque cabeça de mãe é sempre recheada por muitos e muitos pensamentos. E se não registrarmos essas melhores lembranças, elas acabam se perdendo no tempo.

Seja tirando fotos, publicando nas redes sociais ou escrevendo poesia – como eu adoro fazer – o importante é eternizar esses momentos de alguma forma.

Gosto de pensar nisso como uma “bagagem de lembranças”. Como se fosse uma mala onde a gente vai guardando pequenas felicidades que nos aparecem pela vida. Podemos usar essa bagagem como um “banco de felicidades”, quando a nossa autoestima estiver em baixa e precisarmos aquecer o coração. Ou mostrá-la, com orgulho, para o filhote, tempos depois do ocorrido, para que ele valorize o caminho percorrido e a vida que tem.

Enfim, nesse feriado não fizemos nada muito grandioso – nenhuma grande viagem ou determinada data comemorada. Mas tivemos sim boas lembranças que merecem ser guardadas na nossa bagagem. Olha só:

  1. A expectativa de encontrar alguém querido;
  2. Estar em família;
  3. Ter a certeza de que amizades verdadeiras são para sempre;
  4. Esquecer, por alguns segundos, que o filho estava na festa;
  5. Amor de mãe/pai é diferente de amor de avó/avô;
  6. Há espaço para carinho do maridão mesmo no meio do cansaço.
  7. Pequenas alegrias de uma mãe possível – a melhor mãe que eu posso ser!

1- A expectativa de encontrar alguém querido

Não moramos na mesma cidade que nossos pais e meu filho sente muita saudade dos avós, tios e primos. Então, quando sabe que iremos encontrá-los, ele já acorda mais feliz: “Mamãe, quem nós vamos ver? Vamos ver a vovó Lela, o vovô Pombo, a Nona, o vovô Rau, o Bê, o Vivi…” – e a lista foi crescendo tanto que quase não coube no tempinho que levamos para tomar café, antes de sair de casa, no sábado passado.

2- Estar em família

Claro que adoro os momentos em que nos curtimos apenas nós três: mamãe, papai e filhinho (ah!, nós quatro: tem a Loly também – nossa Schnauzer de 5 anos). Mas estar em família (a grande família) também é uma delícia. Sabe aquele quadro tradicional: mesa cheia, todo mundo falando ao mesmo tempo, crianças espalhando brinquedos pela sala? Adoro!!!

3- Ter a certeza de que amizades verdadeiras são para sempre

Participamos de um almoço oferecido pelo filho de um casal de amigos dos meus sogros e lá, em meio a tantas histórias contadas, percebi como é bonita essa amizade verdadeira. Claro que uma relação de tanto tempo tem altos e baixos – seja entre os amigos, seja cada um na sua própria vida –, mas a amizade pura sobrevive ao tempo. Quero muito que o filhote também entenda isso, um dia.

4- Esquecer, por alguns segundos, que o filho estava na festa

Tá bom, foi só por alguns segundos, mas essa é uma lembrança a ser guardada: eu estava bebendo vinho e conversando normalmente com as minhas cunhadas quando meu filho entra na sala, todo suado de tanto brincar, me pedindo pão com geleia. Foi aí que eu lembrei: “Ah, é mesmo! O pequeno também veio!”

5- Amor de mãe/pai é diferente de amor de avó/avô

Fato a ser guardado para a posteridade. Não é uma novidade, mas sempre que observo a relação do meu filho com seus avós penso nisso – e não foi diferente nesse feriado. As responsabilidades são outras, as fases de vida são outras e, claro, os laços criados com os avós são diferentes dos que se desenvolvem com os pais. Que bom!

Ah! E já voltando para casa, bem no finzinho do feriado, ainda tenho um momento especial para registrar – um bônus para a minha “bagagem de melhores lembranças”:

6- Há espaço para carinho do maridão mesmo no meio do cansaço

Sim, porque ninguém esperava que fosse diferente: sair de casa e da rotina tem seu preço. Isso quer dizer que os horários ficam um pouco confusos, as noites são mais tumultuadas e, somando-se à parte chata de fazer mala e pegar estrada, resulta em cansaço. E mesmo nesse contexto, tivemos uma conversa no carro do tipo: “Desculpa pelas encrespadas que rolaram, ainda te amo!”. Coloca essa num local de destaque que quero lembrar dela sempre!

Quais as tuas melhores lembranças? Pensa como uma mãe possível, como a melhor mãe que podes ser e responde para ti mesma.

Vocês também têm uma “bagagem de lembranças”? Quais foram os melhores momentos do último feriado?