É isso mesmo e não existem meias palavras: a maternidade é avassaladora!
Quando falo isso não me refiro ao amor materno – pelo menos não unicamente a ele – que é tão romantizado por aí e que eu mesma já contei que não considero ser um amor à primeira vista. Pelo menos comigo e com o filhote não foi.
O fato da maternidade ser avassaladora engloba o pacote todo: mãe, mulher, profissional. O relacionamento com o marido, com as amigas, com o chefe, com os empregados. A maneira de enxergar nossa mãe, nossa nova identidade de mãe, nosso modo de lidar com conflitos, nossa visão de mundo, enfim.
E afirmo isso sem emitir juízo de valor: não quero dizer que é bom ou ruim. É apenas a constatação de um fato. A maternidade é avassaladora e quem discordar, por favor, se manifeste!

Índice
Maternidade avassaladora muda nossa identidade mãe
O que vejo por aí entre as amigas, o que leio nos comentários das leitoras e em outros blogs de mãe, o que minha mãe me diz é exatamente o que sinto e repito muitas vezes por aqui: há uma vida antes e outra vida após a maternidade.
O lugar que chamamos de lar pode mudar. Os caminhos da vida podem nos fazer trocar de profissão (como aconteceu comigo!). Infelizmente, vejo casamentos que terminam.
Existe ex-chefe, ex-marido, ex-amigo – mas não existe “ex-mãe”.
Tão certo quanto o fato de que todos temos mãe, é o fato de que depois que tivemos filhos, seremos suas mães para todo o sempre. Lembram daquela campanha publicitária que perguntava “o que nós vamos ser quando nossos filhos crescerem”? Pois a resposta é essa: continuaremos sendo suas mães.
Não dá para “ser mãe” só de segunda a sexta, nem só de manhã – embora eu já tenha desejado isso! Ninguém deixa de ser mãe nas noites românticas com o marido ou quando o filho passa férias na casa da avó – embora a gente tente esquecer um pouquinho nesses momentos.

Quando a gente sonha em ser mãe, é como se ficássemos observando o mar, admirando sua profundidade, imensidão e beleza. Quando engravidamos, é como se molhássemos os pés na água, sentindo sua temperatura, textura e observando as reações do nosso corpo ao seu toque.
Depois que o filho nasce, é como se subitamente a maré subisse muito e, de repente, nos encontramos com água até o pescoço e vemos aquela onda enorme cobrir nossas cabeças, nos jogar para baixo da água e a correnteza nos levar para todos os lados, descontroladamente.
A maternidade é avassaladora – entendem o que quero dizer?
É claro que depois que a onda passa, a gente consegue colocar os pés no chão novamente, levantar a cabeça e olhar em torno para se situar. Mas não sem ter tomado um bom caldo e engolido um tanto de água.
Exagerei na metáfora? “Avassaladora” é um termo muito radical? Conta pra mim aqui nos comentários (ou nas redes sociais, como preferirem) como vocês entendem a maternidade!

Identidade Mãe (já incorporou a sua?)
Para mim, a maternidade é sim avassaladora e mudou boa parte da minha identidade. Hoje, tenho minha Identidade Mãe.
No momento em que escrevo esse texto, meu pequeno está com quase 3 anos, o que quer dizer que eu já passei por 3 Dia das Mães como mãe – 4, se considerarmos o ano em que eu estava grávida.
Nem de longe sou uma expert nesse assunto. Mas já tenho o maior orgulho em participar das comemorações e, especialmente, em ouvir o filhote me chamando de “minha mãe”. (recomendo a leitura do texto da Marcela, do Não São Gêmeos: Orgulho de ser mãe)
Pausa para reclamar: alguém pode me explicar por que as comemorações do Dia das Mães no colégio sempre são em dias de semana e em horário de expediente, enquanto no Dia dos Pais elas ocorrem numa linda manhã de domingo?

Uma nova identidade avassaladora
Voltando ao que interessa, ia falar sobre a identidade mãe. A cena é mais ou menos assim: vamos buscar o filhote no colégio e a professora sempre comenta que uma mamãe chegou. Nessa hora, todas as crianças olham para a porta na maior expectativa para ver de quem é a mãe.
É bem aí! É nessa hora que morro de orgulho e meu coração quase não cabe no peito. Porque o pequeno estufa o peito e diz: “Foi a MINHA mãe que chegou!” – quase em tom de deboche para os outros coleguinhas.
Sim. Eu sou a mãe dele. Seus coleguinhas me chamam de “mãe do Vinicius”. No colégio, praticamente todas as professoras me chamam de “mãe do Vinicius”. No pediatra, na odontopediatra, nas lojas de brinquedos ou roupas infantis eu sou chamada de “mãe”. No parquinho, no clube, no prédio eu sou a “mãe do amigo”.
Por um bom tempo, cheguei a esquecer que eu costumava ser a Talita. Até uns dois meses atrás, cheguei a pensar que tinha me transformado em “mãe do Vinicius”.
Hoje sei que “mãe do Vinicius” é meu nome de super-heroína e Talita é praticamente minha identidade secreta. Quando as coisas estão calmas, eu sou a Talita. Quando as coisas estão pegando fogo, eu sou Mãe.

Identidade de mãe
No dia a dia, no trabalho, no mercado, na farmácia, eu sou Talita. Na correria do colégio, quando surge uma doença, quando bate o cansaço, eu sou Mãe.
À noite, depois das tarefas cumpridas, das luzes apagadas e do volume da televisão baixa, jantando com o marido ou conversando com uma amiga, eu sou Talita. De manhã cedo, aprontando o filhote para o colégio, dando remédio, colo ou mamá, beijando um machucado ou incentivando uma nova conquista, eu sou Mãe.
E há finais de semana em que eu escuto a palavra “mãe” umas 15.827 vezes, mais ou menos. Ainda bem que “mãe” não gasta – como gosta de dizer minha cunhada. Mas sim, às vezes cansa.
Não me engano. Sei que a metáfora da super-heroína é somente isso: uma metáfora. Não sou, nem quero ser, uma mulher-maravilha. Aliás, esse texto está cheio de metáforas (antes dessa foi a do caldo).
Mas sim, minha identidade mudou há 3 anos, depois que me tornei mãe (identidade mãe).
E vocês? Qual é a sua identidade? Identidade secreta ou super-heroína? Ela mudou depois da maternidade? Contem aí nos comentários!

35 coisas sobre mim (reflexões de aniversário)
E já que estou falando sobre a minha nova identidade avassaladora, acho que vale compartilhar aqui 35 coisas sobre mim. Um fato sobre mim: em junho de 2016 completei 35 anos de vida. Não parece muito para mim – para o filhote, que acabou de fazer 3, é um número gigantesco! Ele chega a arregalar os olhos tentando imaginar o tamanho desse número quando eu respondo a sua pergunta sobre a minha idade.
A verdade é que eu nunca liguei muito para idade. Nem quando mais nova (nunca fiquei desejando ser mais velha), nem agora mais velha (não desejo voltar a ser mais nova). Para falar bem a verdade, quando me perguntam minha idade eu preciso parar e fazer as contas.
Mas, enfim, 35 é número redondo. É uma idade que leva à mudança de faixa do meu plano de saúde (vou pagar mais, claro), exige que eu compre outro creme anti-idade (porque o que uso tem um específico para acima de 35), vou passar dos “trinta e poucos” para os “trinta e muitos”.

Coisas sobre mim
Aí parei para pensar um pouco e resolvi listar 35 coisas sobre mim – na minha atual fase da vida:
1. Talita – gosto muito do meu nome.
2. Rodrigues Nunes – não mudei meu sobrenome depois que casei.
3. 35 anos – como nasci em 1981, minha conta é sempre o final do ano em que estamos menos 1 (para eu lembrar a minha idade).
4. Casada – tenho a felicidade de ter casado com o meu príncipe encantado, o homem que Deus fez especialmente para mim.
5. Mãe – essa palavra também me define, me vejo no meu filho e isso me faz sorrir.
6. Musicoterapeuta – não clinico mais há algum tempo, mas ainda há um pequeno pedaço do meu ser que é assim definido.
7. Mestre em Psicologia – essa ainda é a minha área preferida de estudos e leitura.
8. Servidora Pública – das 8:30 às 17:30, de segunda a sexta.
9. Filha única – adotei algumas irmãs pela vida.
10. Família – é TUDO para mim. Amo a minha, do jeitinho que ela é.
11. Amigos – são o meu maior tesouro.
12. Massa – minha comida preferida.
13. Verde – minha cor preferida.
14. Livros – ultimamente tenho preferido os mais leves.
15. Música – MPB sempre.
16. Cinema – tenho curtido voltar ao cinema com o filhote.
17. Séries – programa preferido com o maridão depois do filhote dormir.
18. Viajar – melhor investimento para mim e para a minha família.
19. Scrapbook – meu hobby preferido.
20. Poesia – sou apaixonada por Vinicius de Moraes.
21. Ainda sobre música – toco, canto e danço.
22. Praia – meu destino preferido.
23. Bebida – vinho.
24. Refrigerante – não tomo desde os 15 anos.
25. Bela – minha princesa preferida.
26. Loly – minha filha peluda mais velha.
27. Floripa – minha cidade do coração.
28. Instagram – minha rede social preferida.
29. Abraço – do filho, do marido, dos pais, dos amigos. Adoro abraços intermináveis.
30. Colo – ainda dou e ainda peço.
31. Esmalte – vermelho-escuro é a minha preferência do momento.
32. Sapato – depois da maternidade, as sapatilhas ganharam meu coração.
33. Roupa – linda e confortável. Vestidos vêm me interessando cada vez mais.
34. Escrever – textos, poesias, mensagens, e-mails. Amo escrever!
35. Blogueira – minha mais nova faceta.
Algo sobre mim que reflete em ti?
E aí? Somos parecidos em que? Somos diferentes em que?
Quem mais aí está nos 35? Conversem comigo! 😉
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19 Comentários
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Talita Rodrigues Nunes, 40 anos, casada com meu príncipe Charlles, mãe do Vinicius, de 8 anos. Acredito que com ORGANIZAÇÃO e POESIA a vida Só Melhora!
Você tem toda a razão…a palavra AVASSALADORA é muito apropriada para esse fenômeno chamado maternidade. E a metáfora do mar foi muito boa…adorei…me representa. Rsss
Oi, Andressa
Que bom saber disso! #tamujunto
Fico tão feliz quando outras mães me contam que sentem o mesmo – aí sei que não estou sozinha 😉
Obrigada pelo comentário e espero te ver sempre por aqui!
Toda razão querida Talita. E a metafora do mar… me sinto exatamente como se a onda tivesse vindo e eu estou apenas com a cabeça pra fora pra respirar… esperando a onda passar… e os pés voltarem a ficar no chão… mas esse dia ainda nao chegou e nem sei se vai chegar… pq as preocupações de mãe jamais se esgotarao!! É avassaladora a maternidade!!sem explicação total…
Oi, Aninha!
Entendo o que dizes sobre as preocupações de mãe não terem fim. Mas pode ter certeza que depois de um tempo a gente consegue voltar a respirar tranquila.
Continuamos molhadas e a vida de antes nunca voltará (a transformação da maternidade é permanente), mas esse turbilhão caótico passa.
Continua respirando com a cabeça para fora que logo, logo volta a dar pé e a água abaixa bastante 😉
É bem isso! Tudo muda de forma avassaladora! E quando se tem gêmeos, a onda é um pouco maior haha. Nós mesmas mudamos muito, não é? Nossas prioridades, nossa visão do que realmente importa, nossas vontades… a vida dá um giro e precisamos nos reencontrar no meio daquela loucura do dia a dia. Às vezes é difícil imaginar como era a vida antes daquilo tudo e também como será a vida dali a uma semana, um mês, ou quando a licença maternidade terminar (a propósito, vc já fez um post sobre como isso foi pra vc? Seria interessante, hein). Mas a vida muda pra melhor, é verdade! Beijos e parabéns pelo blog e pela riqueza de detalhes. 🙂
Aline, com gêmeos deve ser tipo um tsunami, né?
As mudanças têm proporções catastróficas mesmo. Eu fiquei bastante tempo com saudade da minha vida pré maternidade. Na verdade, só consegui fazer o luto quase 3 anos depois (precisei de tempo para digerir tanta mudança!). Mas com o tempo a gente vai se entendendo melhor.
Já escrevi sobre o retorno ao trabalho depois da licença maternidade aqui: http://somelhora.com.br/index.php/2015/11/12/setimo-mes-do-bebe-retorno-ao-trabalho/
Dá uma olhada e vê se te ajuda ou se queres que eu fale sobre algum ponto mais específico.
Ah! E fica à vontade para sugerir temas. AMO receber esse feedback do blog!
Obrigada pelo carinho! E força (e paciência) para ultrapassar o tsunami!
Nossa!
Completamente inteligente esse texto!
E real também!
Adorei!
Beijos
Oi, Marcela!
Muito obrigada pelo elogio! Fico feliz que tenhas gostado.
E espero te ver comentando por aqui sempre!
Beijo no coração
Avassaladora!
É isso!
E ficar doente é uma merda no meio desse furacão! heheh mas ja to melhorando
Beijos
Lele
Oi, Lele!
Com sinusite fica bem difícil respirar quando vem a onda, né?
Melhoras para ti!
Beijos
Avassaladora. Essa é a palavra. E a cobrança pelo retorno à vida anterior? Peso anterior, corpo anterior… E a vida te obriga a dar um novo significado para isso tudo! E se no meio disso tudo seu filho tem algum problema de saúde de difícil diagnóstico? E todos dizem que você está errada e os seus instintos não? E, meses depois, chutando o balde para o mundo… Você para de lutar com as ondas, puxa o fôlego e resolve mergulhar, de cabeça. E meses depois, 20 kg a menos depois, com seu filho saudável dá uma porrada no mundo e diz: a mãe sou eu. Ninguém acredita mais no meu filho e em mim do que eu. A maternidade me deu uma autoconfiança incrível. Me sinto mágica. Mais humana. Mais sincera e munida de uma imensa coragem em dizer que ninguém pode mais por meu filho do que eu porque não existe ser humano no planeta que o ame mais, simples assim.
Nossa, Lauriana!
Estou arrepiada de ler teu comentário!
Essa é a força materna que nos move. Que bom que a maternidade te fez uma pessoa melhor!
É justamente essa troca de experiências que faz valer à pena ter criado esse blog.
Obrigada pelas tuas palavras e espero te ver sempre contribuindo por aqui.
Beijos
Perfeita descrição! Me senti afogando em um mar, sem ter esperança de sobreviver foi assustador mas graças a Deus já consigo ver a luz estou voltando as minhas atividades aos poucos e está dando tudo certo
Que bom saber que sentes o mesmo, Mayra!
É assim mesmo, aos poucos vamos conseguindo respirar novamente.
A maternidade é um eterno exercício de paciência.
E como costumamos dizer por aqui, só melhora! 😉
Simmm… não exagera no termo avassaladora, é sim kkk! Força em forma de amor que nos transforma!!! Parabéns pelo post, querida! ❤️
Obrigada, Elaine!
Que bom te ver por aqui.
Sinta-se sempre bem-vinda!
Acho lindo quem quer ser mãe. E acho que há várias formas de sê-lo. 🙂
O amor que surge nesta relação é avassaladoramente lindo!
Beijos
Entendesse bem o espírito da coisa, Fê! 😉
Espero continuar te vendo por aqui e contando com teus comentários enriquecedores!