Já falei um pouquinho por aqui que no segundo mês de vida do filhote iniciamos a complementação do leite materno. Fiz até uma poesia sobre isso, lembram?
Várias pessoas me procuraram perguntando como foi exatamente esse processo e pedindo mais detalhes sobre a nossa experiência. Eu adiei um pouco porque esse tema é complexo e traz uma certa polêmica com ele.
Então, antes de mais nada, saibam que eu não sou nenhuma especialista no assunto. Minha intenção é a mesma de sempre: tentar ajudar outras mães e pais por meio da nossa experiência.
Nossa história com a complementação do leite materno é a seguinte: na consulta de rotina do segundo mês do Vinicius, o pediatra constatou que ele praticamente não havia ganhado peso em um mês inteiro.
Com a orientação pediátrica, resolvemos partir para a complementação com fórmula infantil. E aí, teve início uma novela – daqueles dramalhões mexicanos – que, na época, parecia que nunca teria fim.
Ao contrário do que acontece com a grande maioria das mulheres, eu não tive dores no início da amamentação. O Vinicius teve uma pega muito fácil, já no primeiro dia da maternidade. No primeiro mês, o leite vazava do meu peito. Meu recém-nascido mamava bastante, nas duas mamas.
Eu me sentia uma privilegiada por nosso processo de amamentação ter sido tão tranquilo e agradecia muito por isso. Por outro lado, o pequeno chorava muito nesse comecinho de vida – muito mesmo. Perdi as contas de quantas vezes me disseram “ele está com fome!”. Foi a frase que mais ouvi, logo que ele nasceu.
Eu achava que era assim mesmo, afinal, bebês choram, certo? Até receber a notícia do pediatra. (pausa para a IMENSA culpa da mãe ao saber que não estava alimentando seu bebê adequadamente)
Índice
Mas, se temos que iniciar a complementação do leite materno, vamos lá!
Segui todas as recomendações para aumentar a produção de leite (na verdade, eu sempre fiz o que era recomendado: boa alimentação, muita água e descanso sempre que possível) – cheguei a tomar medicamento para isso.
Fizemos várias tentativas, de diversas maneiras. Por duas semanas, usamos uma sonda com fórmula junto com o peito: a gente cola uma espécie de canudinho no bico do seio, assim quando o bebê suga o peito, recebe também a fórmula.
Muitas mulheres conseguem voltar à amamentação exclusiva com essa técnica – tenho amigas bem próximas que conseguiram. Para nós foi uma guerra. Digo “nós” porque o meu príncipe sempre esteve presente em todo o processo.
Ele não podia oferecer o peito, mas preparava a fórmula e a sonda e também fez milhares de tentativas para inserir o caninho no cantinho da boca do pequeno. Cada vez que a gente tentava colocar o bendito canudinho na boca do Vinicius, parecia que estávamos torturando a criança.
Eu sentava para amamentar e já começava a chorar – e o Vinicius continuava berrando para o prédio todo ouvir. Era nítido que não estava funcionando para a gente.
Passamos para a mamadeira. Desde a primeira vez que oferecemos, o Vinicius SEMPRE tomou tudo. A gente ia aumentando a quantidade de fórmula e ele continuava tomando tudo.
Chegamos a tentar oferecer o peito e logo depois a mamadeira, tentamos oferecer primeiro um pouco de fórmula e logo em seguida o peito. Nada disso deu certo. Ele não pegava o peito em nenhuma dessas tentativas.
O que deu certo para a nossa família foi intercalar o peito com a mamadeira entre as mamadas.
A primeira mamada do dia era no peito (estava sempre cheio nessa hora) e o pequeno sugava as duas mamas. A segunda mamada era na mamadeira. A terceira, voltava a ser no peito. E assim por diante.
Foi assim que conseguimos voltar à paz. A amamentação voltou a ser um momento delicioso de amor e estreitamento do vínculo entre mãe e bebê – e o pequeno parou de chorar de fome. A curva de peso foi lá pra cima e seguimos assim até o nono mês.
Isso mesmo. O Vinicius continuou mamando no peito até seu nono mês, quando entrou no colégio e largou o peito por conta própria. O processo foi tão gradual e natural que quando ele parou de mamar eu praticamente já não produzia mais leite. Foi tranquilo.
Preciso ressaltar que isso foi o que deu certo para a gente. Quem estiver passando pela dificuldade da complementação do leite materno, deve procurar orientação e decidir, em conjunto com o pediatra, qual a melhor solução para sua família.
Não esqueçam de compartilhar a experiência de vocês conosco! Acredito que essa troca é a maior riqueza do blog. Assim todo mundo se ajuda!
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6 Comentários
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Talita Rodrigues Nunes, 42 anos, casada com meu príncipe Charlles, mãe do Vinicius, de 10 anos. Acredito que com ORGANIZAÇÃO e POESIA a vida Só Melhora!
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Por aqui foi super tranquilo amamentar, não tive grandes problemas além das fissuras do início. Com a Stella acho que tive menos leite. Entramos com fórmula antes do esperado. Enquanto o Benjamin mamou até os 8 meses, ela mamou exclusivamente até os 4 meses, depois entramos com fórmula como complemento. Eu sofri muito para desmamar ela. Até hoje sinto por isso. Pra mim, amamentar é uma das experiências mais incríveis da maternidade.
bjs
Sem dúvida, Gabi!
Amamentar é “coisa de mãe”, né? Exclusivamente.
Obrigada por compartilhar tua experiência.
Beijo no coração!
Exatamente o que aconteceu comigo minha filha nasceu prematura tinha dificuldades para ganhar peso fiz dessa forma intercalando amamentei ate quase oito meses o pior era ouvir das pessoas que logo ia largar o peito por causa da mamadeira sei que corria o risco mas deu certo.
É isso mesmo, Bianca!
A escolha de assumir esse risco é nossa. Informação e orientação são fundamentais, mas a decisão é nossa.
Fico feliz que a complementação também tenha sido bem sucedida por aí!
Penso que tão válida quanto a informação de que há o risco de confusão dos bicos é compartilhar experiências bem-sucedidas.
Obrigada pela tua contribuição!
E boa semana!
Boa tarde.
Minha bb tem 21 dias. Teve bastante dificuldade para pegar o peito, e eu estava produzindo muito leite. Isso na primeira semana. Na segunda semana ela começou a chorar muito, ficava quase o dia todo no peito, não dormia, nem ela e nem eu. O pediatera então recomendou que eu usasse a fórmula, fiquei muito triste no início, tentei no corpinho, na colherzinha e ela não pegava, chorava de perder o fôlego. Então compramos uma mamadeira chamada MAM que ela pegou de imediato. Na primeira vez que mamou a mamadeira dormiu seis horas seguidas. Agora estou dando o peito antes da mamadeira, pelo menos uma hora no peito, depois dou a mamadeira. Ela está bem mais tranquila. Sei que corrro o risco dela largar o peito, mais tomara que eu seja bem sucessida como vcs e ela continue com os dois.
Oi, Laura!
Não imaginas como fiquei feliz com o teu comentário!
É para isso que o blog existe: para podermos nos ajudar.
Gosto sempre de lembrar que o certo é o que funciona para a tua família. Pensa nisso que ajuda a minizar a culpa 😉
Espero que a experiência de vocês continue dando certo! (assim como a nossa deu)
E se tiveres mais alguma dúvida ou sugestão de post, é só falar!
Beijos no coração de vocês duas!