Eu sei. Mãe parece mesmo ter (ou seria manter?) uma conversa desatenta. Mas olha mais de perto e entenda por quê.
Nesse último final de semana, estava visitando uma amiga querida e seus gêmeos recém-nascidos (sim, vocês já me ouviram falar dela por aqui). Eu não estava sozinha, fomos em pacote família: eu, meu príncipe e o Vinicius.
Somem à minha família mais dois casais amigos que também aproveitaram o finde para conhecer os pequeninos.
Pausa para uma reflexão off-topic: Não sei vocês, mas quando eu estava com um bebê recém-nascido em casa, preferia várias pessoas nos visitando num mesmo momento do que uma pessoa nos visitando em diversos momentos do dia – o que levava invariavelmente o dia inteiro e sobrava pouco tempo para descansar.
Continuando: Uma das amigas visitantes está grávida e a outra é tentante. É claro que assunto não poderia ser outro além do universo materno.
Tínhamos MUITO assunto – nós, as mulheres, ficamos numa rodinha em torno de um bebê; eles, os homens, ficaram em outra rodinha em torno do outro bebê. De tempos em tempos os bebês-núcleos das rodinhas eram revezados.
Fora das rodinhas, explorando o local novo e os bebês tão pequeninos, estava o meu filho. De vez em quando ele se distraía com seus brinquedos (sempre levo algum brinquedo para ele quando pretendo ter uma conversa decente com amigas). De vez em sempre ele solicitava a atenção de alguém – impensável, para ele, não ser o centro das atenções.
Conseguem visualizar a cena? Pois bem, nesse contexto eu conversava com minhas amigas sobre meu assunto preferido dos últimos 3 anos – maternidade e filhos. Tentava ajudar, dar dicas, ouvir as histórias e lamentações. Adoro!
Mas foi só nesse dia – juro! – que me dei conta de que, aos olhos alheios, pode parecer que uma mãe não consegue manter uma conversa concentrada. Porque, em diversos momentos, parecia que eu – a mãe, no caso – estava numa conversa desatenta (mas não estava!).
Toda mãe desenvolve um radar ligado 24 horas por dia – é instintivo, é cansativo, é inevitável. Então, enquanto conversava com minha amiga gestante, milhares de vezes desviei o olhar para acompanhar os cuidados da amiga recém-mãe com seus bebês. Centenas de vezes precisei intervir com meu filhote para que ele tivesse modos na casa dos outros. Dezenas de vezes quis dar minha opinião na conversa dos homens.
Mas (juro!) mesmo assim, estava completamente interessada e concentrada na primeira conversa! Tanto que conseguia retomá-la, de onde ela tinha parado, após cada interrupção. Meu receio é que isso não tenha ficada claro para minha interlocutora.
E, gente!, quantas vezes eu já devo ter feito isso sem me dar conta do ocorrido?!
Reconhecem alguma amiga mãe e sua conversa desatenta?
Então, vou aproveitar esse texto para pedir desculpas. Não apenas para a minha amiga gestante do finde passado, mas para todas a minhas amigas!
Amigas queridas: lembram daquele dia que eu pareci distraída e desatenta durante nossa conversa? Eu não estava! Esse é só meu novo jeito de conversar depois de me tornar mãe.
Não consigo mais manter o contato visual 100% do tempo enquanto conversamos e minha atenção fica mesmo dividida entre vocês e meu filho. Mas a nossa amizade e as nossas conversas continuam muito (MUITO!) importantes para mim!
Imagem em destaque: Carol Dias
Posts relacionados
6 Comentários
Deixe um comentário Cancelar resposta
Talita Rodrigues Nunes, 42 anos, casada com meu príncipe Charlles, mãe do Vinicius, de 10 anos. Acredito que com ORGANIZAÇÃO e POESIA a vida Só Melhora!
Saiba mais
Bom saber disso porque tenho amigas que são mães e também conversam assim… Realmente, dá a impressão que elas não estão prestando atenção à conversa, mas é bem isso que você falou: elas estão de olho em tudo!
Beijinhos
Isso, Fernanda!
Que bom que o texto foi útil nesse sentido para ti.
Sempre bom te ver por aqui. Volte sempre!
Beijos
kkkkkk adorei esse termo “bebês-núcleos”! É muito engraçado que mesmo sendo universos diferentes dos meus, eu consigo me identificar com o que você relata, da minha forma é claro! Acho que nem sempre o contato visual ou a falta dele, quer dizer falta (ou não) de atenção! Eu mesmo inúmeras vezes já mantive o contato visual, mas a cabeça estava beeeeem longe! RS
——————————————————-
VITOR DANTESCO
IDENTIDADE CLICK – http://identidadeclick.wordpress.com
——————————————————-
Contato visual não está necessariamente relacionado à atenção mesmo, Vitor! hehehe
Adoro te ver sempre por aqui dando sua opinião e mostrando o lado masculino das coisas.
Vamos continuar trocando figurinhas!
Amiga… não precisa se desculpar com nada. Nosso encontro foi maravilhoso e tenho certeza que ficarei assim também hehehe. Amei as dicas de uma mamãe com mais experiência. Beijos!!!
Sim, sim! Vais passar por todos os clichês de mãe… hehehe
E vamos rir muito disso!
Te amo! Beijos