Sim, é isso mesmo que tu lesse: meu filho quer ser médico de dinossauros. E quem sou eu para contrariar uma vontade tão genuína!

Não é de hoje que o filhote é apaixonado por dinossauros. Pensando que ele está com 4 anos e meio agora, posso dizer que esse interesse persiste por mais da metade da sua vida! Desde que ele começou a expressar suas vontades e escolher o tema das festas de aniversário, dinossauros é sempre pedido.

Na festa de 3 anos, o tema foi dinossauros, de modo geral.

Na festa de 4 anos, o tema foi Dinotrem: ou seja, dinossauros e trens.

Já assistimos (sim, no plural, porque mãe e pai tem que participar) todos os episódios de todas as animações relacionadas a dinossauros disponíveis no catálogo do Netflix. Mais de uma vez, claro. Bem mais de uma vez.

Boa parte da biblioteca do filhote engloba livros de dinos. Ele é capaz de dizer os nomes mais complicados das espécies e descrever seu hábitos alimentares um por um.

Grande parte dos brinquedos também – e ele sabe direitinho cada um dos milhares de dinos que tem. A ponto de perguntar coisas como: “Mãe, cadê meu estegossauro laranja pequeno?” Isso porque ele tem vários estegossauros, de várias cores e tamanhos.

Meu filho quer ser médico de dinossauros

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O pequeno já tinha me dito algumas vezes que queria ser médico de dinossauros. Como a vontade era persistente, resolvi conversar em detalhes com ele sobre o assunto. Eu não entendia se ele queria ser mesmo veterinário – e cuidar de animais, entre eles, dinossauros – ou se ele queria ser paleontólogo – e procurar fósseis e estudar sobre os bichões.

Sabe qual foi o resposta? Os dois! Disse que também gosta de outros animais e seria muito legal ser veterinário – palavra nova que ele aprendeu e ainda tem dificuldades para lembrar cada vez que quer dizer. Mas ele também achou incrível ser paleontólogo – palavra que ele já conhecia por conta do tal Dinotrem.

Quem sou eu para limitar o que meu filho quer ser! Disse para ele que poderia ser os dois se quisesse – e ele ficou feliz da vida com isso!

Abre parênteses: quando comentei essa história no grupo de WhatsApp da família, um primo engraçadinho deu uma terceira hipótese. Disse que médico de dinossauros poderia significar geriatra e que muitos tios e tias ficariam felizes em ter um médico com essa especialidade na família.

 

Até que um dia chegou em casa dizendo que queria ser astronauta. Minha mente, por um momento, viajou até o dia em que eu perguntei para ele o que ele queria ser quando crescesse. Isso aconteceu quando ele tinha recém feito 3 anos. Depois de pensar um pouco, ele respondeu que queria ser super-homem. Sorri ao fazer essa relação.

Voltando ao presente, questionei se ele havia mudado de ideia quanto a ser médico de dinossauros. Ele parou por um minuto e com a expressão de dúvida me perguntou se ele não poderia ser todas essas coisas, se precisaria escolher uma só.

Eu, que penso que cada um pode pintar seu mundo com as cores que quiser, expliquei que ele precisaria estudar bastante para conquistar seus objetivos. Mãe querendo aproveitar a conversa para ensinar algo produtivo para o filho, entendem?

Devolvi a pergunta, questionando como ele imaginava que conseguiria fazer tantas coisas ao mesmo tempo. Ele teria tempo para ser veterinário, paleontólogo e astronauta? Ele não respondeu, mas ficou pensando no assunto.

Eis que numa noite, naquela horinha em que conversamos tranquilamente na cama, antes de dormir, seu rosto se iluminou e ele disse que já tinha resolvido tudo! Eu não entendi muito bem sobre o que ele estava falando, afinal de contas, estávamos conversando sobre seu momento preferido do dia. Nessa noite, o momento preferido do dia tinha sido brincar com os amigos com o brinquedo que ele tinha levado para a escola. Era dia do brinquedo e ele levou um dinossauro, claro.

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– Mãe, já resolvi tudo! Já sei o que vou fazer! Vou ser médico de animais… como é mesmo a palavra? Ah, é! Veterinário! Vou ser veterinário de manhã, paleontólogo no meio do dia e astronauta à tarde.

– Caramba, filho! Tens certeza?

Ele ficou um tempinho pensando até verbalizar seu pensamento:

– Não. Acho que vou precisar de muito tempo para encontrar fósseis no meio da areia. Vou ser paleontólogo de manhã, veterinário no meio do dia e astronauta à tarde. É, assim fica melhor!

Simples assim! Problema resolvido! Aprendo tantas coisas com o filhote, entre elas isso: que as coisas mais simples são as melhores. Ah! Se pudéssemos sempre resolver problemas com essa simplicidade!

Meu filho quer ser paleontólogo, veterinário e astronauta.

Isso ele diz com 4 anos de idade. O que eu digo? Que ele pode ser o que quiser!

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