O pai da mãe é uma figura que costuma aparecer bem de ladinho na pintura da nova família.

A figura central e em destaque é o bebê, claro. Todos focam o olhar no pequeno ser que acabou de chegar. Todos levam presentes para o bebê, querem pegar o bebê no colo, querem saber da sua alimentação e do seu sono.

Em segundo plano vem a mãe. Ela também tem sua relevância. Afinal de contas, foi ela a responsável por trazer ao mundo o novo centro das atenções.

Logo depois da mãe, vem o pai. Ninguém sabe muito bem qual o seu papel no quadro, mas ele é o cara por quem a mãe se apaixonou. Além disso, também tem responsabilidade sobre 50% da carga genética do novo rei do pedaço. Deixa ele em segundo plano também.

Normalmente atrás da mãe, vem a mãe da mãe. Ela fica em terceiro plano. Não tem uma ação direta no nascimento dessa nova família, mas dá todo o suporte necessário para a mãe. Merece, portanto, fazer parte desse quadro.

Lá no fundo, meio de ladinho, aparece o pai da mãe. Pequenininho, meio fora de foco. Talvez por um descuido, mas ele também está no quadro da nova família.

Ele não quer destaque. Não quer aparecer. Ele não busca nenhum tipo de reconhecimento. Só quer a oportunidade de poder estar presente. Ele quer aproveitar o tempo e fazer parte disso tudo.

Ele lembra de toda carga, todo peso, de todas as responsabilidades que tinha quando surgiu um bebezinho pela primeira vez na sua casa. E não quer que seja assim dessa vez. Agora, ele quer curtir esse novo bebê. Sem grandes preocupações. Apenas acompanhar o crescimento desse ser humaninho.

O pai da mãe renasce como avô!

Ele fica ali, na retaguarda. Leva a mãe da mãe à maternidade, mas não chega muito perto da sala de parto. Procura o melhor caminho entre a casa da filha e o pediatra do bebê. Providencia frutas e legumes orgânicos para as papinhas do neto.

Mas faz isso tudo de uma forma bem mais leve de quando ele era o pai. Porque agora ele é avô. E avô não precisa de todo esse peso. Avô não tem todas aquelas responsabilidades. Avô só tem amor.

Agora ele se permite pegar aquele bebezinho tão pequenino poucas horas depois do seu nascimento. Ele se permite ficar apenas admirando esse milagre da Natureza. Agora ele se permite simplesmente aproveitar.

Ele curte deixar o neto brincar de cavalinho nas suas costas. Curte andar de quatro pela casa, se o neto pedir. Ele deixa o neto ascender e apagar as luzes da casa quantas vezes quiser. Ele curte ensinar umas bobagens para o neto e até comer um biscoitinho escondido da mãe.

imagens de avô e neto

Porque o pai da mãe nem lembra mais como é ser pai. Agora ele é avô.

E ele assume isso como a nova função da sua vida. Como a mais importante e a mais especial. Se pudesse, ele saía pela rua gritando que é avô! Em vez disso, coloca o neto na sua bicicleta e sai desfilando com ele pela cidade. É tanto amor que não cabe dentro de casa.

O pai da mãe

O pai da mãe é aquele que a gente vê
igualmente emocionado
com o primeiro ultrassom do bebê

É aquele que se preocupa com a alimentação
da mãe-filha e do bebê-neto
durante toda a gestação

É quem ajuda a montar
o quarto novo
do pequeno que está para chegar

É quem faz pesquisa de mercado
de babá-eletrônica a fraldas
e sempre descobre um bom achado

O pai da mãe é aquele que quando pai
carregava responsabilidades e medo
e agora, avô, brinca com o neto sem segredo

O pai da mãe é aquele cara que achava
que o seu coração já transbordava
pela filha e esposa que amava,
mas que descobriu muito mais amor
depois que se tornou avô.

Talita
09/08/2017
10:20

Vocês reconhecem esse cara por aí? Também perceberam essa transformação de pai em avô nos pais de vocês? Conta pra mim aqui nos comentários (ou no Instagram ou no Facebbok). Vamos conversar!

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trechos do poema sobre o pai da mãe

Essa poesia foi inspirada no texto “A mãe da mãe”, da Marcela Feriani, do Canjica! O texto da Marcela é lindo e recomendo a leitura.

Mas eu achei que tanto quanto a mãe da mãe, o pai da mãe também merecia esse reconhecimento. Porque o meu pai é um ótimo pai, mas é um avô simplesmente incrível!

Para entender como eu penso que o amor passa de geração para geração, contei uma história sobre a minha avó e seu bisneto.

Ah! E quem quiser ver essa poesia em vídeo basta clicar no play aí embaixo e curtir (e compartilhar também, se for o caso!).