Já tem um tempo que estou pensando no assunto viajar sem filho. Certeza que o tema já passou pela cabeça de todas as mães e pais. Essa é apenas uma das confusões de cabeça de mãe: a gente sonha com uma viagem em casal, mas sente um aperto no coração só de imaginar.

Eu e meu príncipe gostamos MUITO de viajar. Nos organizamos e nos planejamos para concretizar nossos sonhos pelo mundo. Tem gente que sonha em comprar “aquele” sapato e “aquela” bolsa. Tem gente que sonha em comprar “aquele” super carro. A gente sonha em “ticar” cada um dos itens da nossa lista de viagens.

Viajamos um bocado enquanto éramos só nós dois – falei um pouco disso quando publiquei a poesia Um ano para viajar. Aliás, percebam que esse post da poesia é de outubro de 2016, exatamente quando estávamos começando a cogitar uma viagem sem o filhote. Como eu disse, já tem um tempo que estamos pensando no assunto.

Sim, a verdade é que depois da maternidade precisamos de um pouco mais de tempo para planejar uma viagem. Se a viagem incluir os filhos, há milhões de coisas que precisamos levar em conta no planejamento. Não há muito espaço para contra-tempos quando se tem uma criança viajando junto. Se a viagem não inclui os pequenos, faz-se necessário todo um planejamento concomitante à viagem. Questões como “com quem” e “como” o filhote vai ficar precisam ser decididas e colocadas em prática.

No planejamento da nossa próxima viagem uma das principais dúvidas para mim foi: eu quero viajar sem filho?

Olha só, eu nunca fui o tipo de pessoa que acha complicado demais viajar com crianças. Muito pelo contrário! Já viajamos um bocado com o Vinicius! Já fomos com ele bem pequeno (1 ano e meio) para a Disney. Já fizemos viagens para mais perto, como um hotel fazenda na cidade onde moramos.

Já fizemos viagens só nós 3 (para o Beto Carrero e para um resort de praia, por exemplo). E já fizemos viagens acompanhados da família (para um resort no Nordeste com meus pais) e de amigos (para o Beto Carrero e resort de praia, em outros momentos).

Mas dessa vez nosso destino é a Europa e o maridão insistia em dizer que não seria uma viagem aproveitável para uma criança pequena. Eu não concordo! Penso apenas que uma viagem para a Europa com uma criança de 4 anos deve ser completamente diferente de uma viagem para a Europa em casal (sem filhos). Mas posso construir roteiros muito bacanas para os dois tipos de viagem!

Enquanto eu procurava no Google “Amsterdã com crianças”, meu príncipe vinha com um link de uma degustação de vinhos harmonizados com queijos na mesma cidade. Enquanto eu procurava museus para crianças em Berlim, meu príncipe me mostrava um roteiro de carro pela Rota Romântica alemã. Já deu para perceber que ele queria mesmo uma nova lua de mel, né?

Percebendo o quanto isso era importante para ele, resolvi considerar seriamente a possibilidade de viajar sem o Vinicius. Mas, para isso, eu precisava considerar uma série de outros fatores além da viagem em si. Eu precisava me sentir segura para tomar essa decisão.

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Será que eu posso viajar sem filho?

A primeira grande questão era justamente essa: nós temos uma estrutura que possibilite viajar para tão longe – e por tanto tempo (15 dias) – sem o pequeno?

Não vou negar que essa parte foi a mais fácil. O Vinicius já ficou algumas vezes de férias na casa dos meus pais. Primeiro testamos um final de semana, depois a semana toda (5 dias) – e sempre deu certo. Ele fica super bem e adora!

Meus pais já estão acostumados com a rotina do pequeno: horários de alimentação, banho e sono. Além disso, eles têm uma relação super bacana e se divertem muito juntos. Eles levam o Vinicius para brincar em parques, com os primos e para visitar meus sogros (muito amor e gratidão eterna).

Ainda assim, 15 dias é bem diferente de 5. Qualquer avô fica cansado em 15 dias de convivência diária com uma criança bem ativa de 4 anos. Conversei bastante com meus pais e eles nem titubiaram em aceitar a tarefa. Disseram que se precisassem de ajuda pediriam aos meus sogros e que dariam um jeito.

No quesito saúde também não me preocupo muito. O pediatra do Vinicius é meu primo e mora no prédio dos meus pais – pode falar, é um luxo, né? Sempre deixo a carteirinha de vacinação e do plano de saúde com os cuidadores. Tem hospital infantil com pronto atendimento bem perto da casa dos meus pais também. Qualquer emergência pode ser resolvida.

Então, sim, eu posso viajar sem meu filho. Agora é que vem a parte mais difícil:

Será que eu quero viajar sem filho?

Aí é que o coração aperta. Por mais que eu saiba, racionalmente falando, que ele vai ficar bem e que é importante termos esses afastamentos momentâneos, meu coração não fica 100% tranquilo.

Estou longe de ser aquele tipo de mãe que não consegue se divertir sem o filho. Mesmo. Já passamos alguns finais de semana sem o pequeno e nos divertimos muito! É saudável para a nossa relação de casal e para a independência do filhote.

Ainda não contei para o Vinicius que vamos passar 15 dias longe. Mesmo assim, não sei como, ele já está pressentindo isso. Ele sabe – aliás, foi ele mesmo que pediu – que vai passar férias na casa dos avós. Ele sabe que serão 15 dias, mas não tem muita noção de tempo.

Agora, a menos de 1 mês da nossa viagem, ele começa a perguntar se vai ficar sozinho com os avós, se nós não vamos ficar nem alguns dias com ele e diz que vai sentir saudade. Diz que vai chorar de saudade. Alguém aí me responde se não é para o coração da mãe aqui ficar apertado?

Fico relembrando das outras vezes que ele passou férias com os avós, quando mal parava para falar comigo no telefone. E repito para mim mesma que sei que ele ficará bem. Além disso, teremos algumas estratégias para amenizar a saudade: um caléndário para ele contar os dias, livros e brinquedos novos para descobrir, telefone e FaceTime, passeios divertidos com os avós.

É claro que eu quero muito viajar só com meu príncipe! Nós precisamos desse momento nosso. Fará muito bem para nós e, por consequência, para o Vinicius.

Sim! Eu posso e quero viajar sem filho!

A saudade faz parte dos sentimentos com que temos que lidar. Nós vamos lidar com a saudade, o Vinicius vai aprender a lidar com ela também. E terá ajuda de pessoas que ele ama muito nessa tarefa.

As passagens estão compradas, os hotéis pagos e alguns ingressos já estão na minha caixa de entrada. O roteiro está todo programado – com aquelas tardes livres que sempre temos. A empolgação de conhecer novos países e culturas está enorme!

Então é isso: teremos uma viagem a dois! Depois eu conto se, na prática, toda essa teoria aí funcionou 😉 Conferi aqui o post da volta dessa viagem.

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Vocês já foram viajar sem filho? Me conta como foi?