Vocês se consideram uma manteiga derretida?

É sabido que as variações de humor começam (ou se intensificam) com a gravidez. Logo após o nascimento do bebê (período chamado de puerpério), é bem comum termos crises de choro diárias (o tal do baby blues).

O que eu não sabia é que essa avalanche emocional ia permanecer pelo restante da minha vida de mãe. Sim, as emoções tomam outra proporção depois de termos um filho. E isso vai muito além do famoso “chorar com comercial de margarina”, sabe?

É mais ou menos assim: eu fico superfeliz quando alguém me elogia. Eu fico imensamente feliz, orgulhosa mesmo, quando alguém elogia meu príncipe. Mas quando alguém elogia o Vinicius… eu fico tão cheia de alegria e orgulho que quase não caibo em mim! (orgulho materno faz parte da minha identidade mãe)

Quando alguém me magoa, fico bem triste, mas não costuma passar disso. Quando alguém magoa meu príncipe, eu já olho atravessado e faço de tudo para tirar ele dessa situação. Mas quando alguém magoa meu filho, ah… eu viro bicho! Sou capaz de avançar! É algo irracional mesmo.

E as lágrimas continuam correndo soltas… de alegria, de tristeza, de orgulho, de raiva… Cheguei à conclusão que virei uma manteiga derretida – até que a metáfora do comercial de margarina faz sentido, né?

E, para mim, tanta emoção assim sempre transborda em poesia 🙂

 

Manteiga derretida

Sim, é oficial
a maternidade me deixou
muito mais emocional.

Não posso dizer
que antes não era emotiva,
mas agora, mesmo sem querer,
eu virei uma manteiga derretida.

E não foi apenas uma emoção
que tomou esse grande proporção:
tristeza ou alegria – lá vou eu chorar
medo ou teimosia – lá vou eu gritar

– Mamãe, eu te amo! – ele diz
E meu coração não pode ser mais feliz!
É só ele fazer aquele olhar
que eu sei que vou me entregar.

Porque ser mãe
modificou mesmo a minha vida
Entre muitas outras coisas
me tornou uma manteiga derretida.

Talita
02/03/2016
10:13

 

Mais alguma manteiga derretida por aí?

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