Aspirador nasal, lanolina, cueiro – são apenas algumas das palavras esquisitas que eu só aprendi o significado depois de me tornar mãe. Sim, a maternidade é um admirável mundo novo!

Entender as palavras acima é fácil, basta dar uma googlada. Mas há uma série de situações esquisitas que só passando pela experiência para compreender.

Minha mãe dizia (ainda diz) que sabia quando eu estava com amigdalite só de cheirar minha boca. Eu sempre achei isso muito esquisito, mas, de fato, ela sempre acertava (ainda acerta).

E aquela mania de mãe de cheirar o bumbum do bebê para ver se a fralda está recheada? Ninguém que não tenha tido essa necessidade pode considerar essa atitude muito normal.

Pois bem, refletindo sobre alguns fatos ocorridos na minha própria casa e conversando com outras mães e pais, percebi que são muitas as situações por que passamos que parecem MUITO esquisitas para quem não tem um filho.

menino com os pés para cima

7 Coisas esquisitas para quem não tem filhos

  1. Segurar o espirro ou a tosse quando o bebê está sonolento;
  2. Ir dormir sem chinelo pisando em ovos;
  3. Espiar a fralda do bebê;
  4. Analisar cocô do filho;
  5. Encostar comida na boca para ver se está quente;
  6. Limpar machucados com cuspe;
  7. Abrir latinha de cerveja no banheiro.

1- Segurar o espirro ou a tosse quando o bebê está sonolento:

É bem comum a gente ouvir que não se deve segurar espirro ou tosse porque é uma reação natural do corpo para expelir alguma partícula indesejada. Agora, quando se está lidando com um bebê que precisa dormir, seguramos até a respiração, que dirá qualquer ruído mais forte que isso!

2- Ir dormir sem chinelo pisando em ovos:

Da mesma série “faço de tudo para não acordar o filhote”. Aqui em casa, temos carpete de madeira. Meu príncipe anda sempre descalço e, principalmente no verão, o pé suado faz barulho quando se caminha nesse tipo de piso. Da mesma forma, meu (antigo) chinelo tinha um salto que produzia aquele conhecido “toc, toc”. Resultado: nós dois íamos da sala para o quarto só de meia para não acordar o pequeno.

3- Espiar a fralda do bebê:

Para alguns pais mais céticos, não basta cheirar o bumbum do bebê (como comentei acima) – é preciso espiar dentro da fralda para comprovar o conteúdo. Também já ouvi histórias de alguns que, em vez de olhar dentro da fralda, preferem “apenas” colocar o dedo dentro dela. Cada um com seu gosto, mas eu prefiro ver que sentir!

4- Analisar cocô do filho:

Sim, esse é o próximo passo depois do item anterior. Porque há muita coisa que se descobre analisando o material que sai do intestino do seu filho! Atualmente não temos mais fraldas por aqui, mas eu continuo conferindo o vaso sanitário quando o filhote faz o número dois. Aliás, estamos numa fase em que ele mesmo pergunta: “mãe, meu cocô parece com o quê?”

5- Encostar comida na boca para ver se está quente:

Sei que alguns micro-organismos passam da minha boca para a do filhote por meio da colher. Mas é quasse impossível frear o impulso de encostar a comida nos meus lábios para medir a temperatura do que vou oferecer ao filhote. Há mães que preferem assoprar – o que dá no mesmo!

6- Limpar machucados com cuspe:

Cena típica da minha mãe – que repito com meu filho. Aconteceu um raladinho no joelho? Nada melhor que as enzimas da saliva da mãe para curar o machucado da criança. Não, isso não é nada científico, mas é uma tradição milenar! Ah! A mesma tática é utilizada para higienização de pequenas manchas de sujeira também.

7- Abrir latinha de cerveja no banheiro:

Esse item deveria estar ao lado dos primeiros. É o suprassumo da série “faço qualquer coisa MESMO para não acordar o bebê”. Mas como é o meu preferido, deixei para o final. Não vou revelar o nome do pai protagonista para preservar sua imagem, mas a cena aconteceu de fato. Sabe aquela história de que quem acorda o bebê tem que fazer ele dormir de novo? Pois esse pai da história queria aproveitar que, finalmente, sua filhota dormiu para relaxar tomando uma gelada. Para não correr nenhum risco, preferiu abrir a latinha trancado no banheiro mais longe possível do quarto da pequena!

E a lista continua! Adorei as indicações dos comentários! Teve gente comentando que adoro o cheirinho de suor e o bafinho matinal dos filhos. Teve gente falando que só come doce escondida ou depois que o filho dorme. E uma das mais clássicas: buscar refúgio no banheiro para ter uns minutos de paz.

Sim! Eu também fiz tudo isso aí! Confesso que ainda faço algumas… mesmo depois do filhote mais crescido.

Seria cômico se não fosse trágico! Garanto que todos esses itens são verídicos e agora parecem bem engraçados, mas só quem passa por essas situações esquisitas entende o que é ser mãe e pai.

Tenho certeza de que vocês também têm muitos fatos esquisitos na memória, né? Conta aí para mim o que mais podemos incluir nessa lista!

menino com as pernas para cima

Coisas esquisitas e as escolhas dos filhos

Falando em coisas esquisitas – eita, assunto que não tem fim! – lembrei de outra esquisitice que aconteceu por aqui. Essa foi já com o filhote mais velho. Porque sim, as coisas esquisitas continuam acontecendo mesmo depois que eles não são mais bebês.

Quem é mãe ou pai certamente sabe como é isso. Há momentos simples, aparentemente simples, do nosso dia a dia em que fazemos grandes descobertas. Outro dia entendi que meu filho faz suas próprias escolhas.

Olha só, meu filho só tem 4 anos de vida! Durante todo esse tempo, fui eu (e meu marido) quem essencialmente lhe mostrou o mundo e serviu de exemplo. É sim uma surpresa quando percebo que ele faz escolhas distintas das minhas!

imagens de chinelas com e sem meias

Filho faz suas escolhas – esquisitas?

Eu bem sei que filhos estão testando os pais a todo momento – especialmente no terrible two. Eu sei que há fases (muitas!) em que eles nos questionam – como nos threenagers. Isso sem falar na adolescência – porque meu filho ainda está um tanto longe dela.

Mas estou falando sobre ter seus próprios gostos, suas preferências pessoais. Estou falando daqueles momentos em que percebemos, na prática, o que diz a teoria. Apesar da confusão de cabeça de mãe e todo o mix de sentimentos que moram na gente, filho é um ser distinto da mãe e do pai.

Sim! Filho não é uma misturinha da mãe e do pai. É outra pessoa! Única e distinta – apesar da carga genética compartilhada, seus gostos são específicos. Vai dizer que não é esquisito quando a gente entende isso?

criança usando chinelos com meias

O episódio das Havaianas com meias

E foi essa a grande descoberta do episódio das Havaianas com meias: meu filho faz suas próprias escolhas. Tá bom, não foi exatamente uma descoberta. Foi mais um lembrete porque esses seres já nos ensinam desde muito cedo que têm opinião própria.

Mas vamos à história. O filhote esteve doentinho esses dias (dor de garganta). Eu, como toda boa mãe, fiquei insistindo que ele não andasse no piso sem meias. Só mais uma daquelas frases batidas de mãe que a gente jura que não vai dizer e paga a língua porque vive repetindo para o nosso filho.

O meu filho é um cara encalorado. A primeira coisa que faz quando chega em casa é tirar os sapatos. Tudo bem quando isso acontece no Verão. Tudo bem quando ele não está doente. Mas com dor de garganta, eu insisto para que ele fique, pelo menos, com as meias.

Nesse dia, ele estava de meia e resolveu brincar com a Loly, nossa Schnauzer, na grama. Claro que corri para pegar um chinelo. Porque doente na grama não dá para ir só de meia.

E aí começou o desfile de opiniões…

Ele não quis o chinelo que eu trouxe. Aparentemente, o chinelo do Mickey é quentinho e fácil de calçar (característica dadas pela própria criança no momento da compra), mas só pode ser usado dentro de casa.

Não foi exatamente uma estranheza para mim – esquisitice leve. Eu não sou tão chata a esse ponto, mas entendo que há pessoas que gostam de ter um chinelinho específico para ficar dentro de casa. Meu pai é assim, tem um calçado sempre limpinho para colocar depois do banho.

Pois bem, peguei a tal das Havaianas do filhote e entreguei para ele calçar. Isso, claro, ressaltando que eu estava sendo tão querida assim, buscando o chinelo para ele, porque ele estava doentinho. Ele sabia muito bem onde ficavam seus sapatos e poderia buscar sozinho da próxima vez.

Ele colocou as Havainas de meia e fez uma cara de total estranheza!

Ele ficava olhando para os pés e para mim com aquela cara de “que coisa mais esquisita é essa?“! Eu levei alguns segundos para entender o que estava acontecendo. Até que me dei conta de que era a primeira vez que ele calçava um chinelo de dedo com meias nos pés.

Coisas esquisitas e engraçadas

Mãe, tem alguma coisa muito errada!

Não aguentei o riso e acabamos gargalhando os dois!

Expliquei que a tal coisa errada deveria ser porque a meia fica meio estranha entre os dedos quando se coloca o chinelo. Mas que era assim mesmo, não tinha problema nenhum nisso. Comentei que eu também usava assim e tudo bem.

Só que tudo bem nada. Não houve cristo que fizesse a criança ficar de chinelo com a bendita meia. Filho faz suas próprias escolhas, lembra?

frase: escolhas esquisitas do filho

Gente! Eu até concordo que pode não ser super fashion e estar na moda usar chinelo com meia. Mas é tão quentinho e confortável para mim! Eu vivo assim dentro de casa! Meu filho certamente já me viu assim um milhão de vezes. Para mim, é super normal!

Eu nunca tinha imaginado que isso pudesse causar estranheza nele. Não imaginei que ele simplesmente não aceitaria fazer algo que é tão normal para mim. Não passou pela minha cabeça que com ele fosse diferente.

Claro que não fiz uma guerra em casa por um motivo tão banal – temos que escolher bem nossas batalhas! Deixei ele tirar as meias para colocar o chinelo e poder brincar alegremente na grama.

Mas agora que ele se deu conta de que “é muito estranho usar Havaianas com meia”, fica rindo toda vez que me vê assim. Eu mereço!

frase: sobre as escolhas dos nossos filhos

Já tivesse um choque de realidade desses? Já tinhas percebido que teu filho faz suas próprias escolhas independente das tuas? Fala aí se isso não é esquisito? Conta pra mim aqui nos comentários (ou no Instagram ou no Facebbok). Vamos conversar!

Imagens: Pixabay