Parece meio clichê dizer que temos que aprender com a simplicidade das crianças. Acontece que muitas vezes me pego pensando em como essa forma simplificada do meu filho pensar torna a vida mais fácil. Quanto mais simples melhor, sabe?

Porque isso não podemos negar: nós, adultos, temos mesmo a terrível mania de complicar as coisas, né?

Uma das coisas que meu filho me ensina – relembra – é que o óbvio tem que ser dito. Volto a falar disso mais abaixo. Outra coisa que venho aprendendo com ele é que o mais simples pode ser o melhor programa. Literalmente: quanto mais simples melhor.

Querem ver um exemplo emblemático? Nossa viagem para a Disney, quando o pequeno tinha 1 ano e meio. Gente, é a Disney! Que criança não iria se maravilhar com aquele mundo encantado?

Claro que o Vinicius também vivenciou toda essa magia. Mas, para ser sincera, o que ele mais curtiu durante toda a viagem foi andar de ônibus e tomar banho de banheira no hotel. Atividades simples, mas compartilhadas com o papai e a mamãe – que, pelo menos por enquanto, ainda são a parte mais importante do mundinho dele.

image de um bebê brincando com uma folha, exemplo de que quanto mais simples melhor

Meu filho me ensina que quanto mais simples, melhor!

Por um tempo também achei que essa preferência era devida a pouca idade do filhote na época. Era isso que vocês estavam pensando? Mas nessas últimas férias – ele estava com mais de 2 anos e meio – o fato se repetiu.

Uma das lembranças mais marcantes para ele foi o dia em que saíamos para passear de bicicleta e acabamos tomando um banho de chuva! Querem coisa mais simples e gostosa que um banho de chuva? Pois é.

Mas aí parei para pensar quantos banhos de chuva eu já tomei na vida e descobri que não foram tantos assim. Meu filho de 2 anos já tem essa experiência para colocar na sua “bagagem de lembranças”. E eu fico bem feliz por isso!

Simplicidade no dia a dia

Quando eu paro para refletir, percebo que não é apenas em momentos especiais que o filhote me mostra que prefere os programas mais simples (como em viagens ou férias). É no dia a dia mesmo.

Não é à toa que coloquei como uma das minhas resoluções para 2016 “entender as necessidades do filhote”. Frear meu impulso de querer levá-lo sempre para uma atividade diferente e perceber que, muitas vezes, ele simplesmente prefere ficar em casa.

Não tenho como saber se sempre será assim – ele não tem nem um décimo da minha idade! Mas, hoje, meu filho gosta mais de ficar em casa do que de sair. Sim, ele curte passear, ir ao parquinho e visitar os avós. Mas curte mais ainda brincar com seus brinquedos, fazer comidinhas na cozinha e ver filminhos no sofá.

Olha que estamos falando do meu Vinicius, que nunca foi uma criança calminha! Ficar em casa não é sinônimo de ficar quietinho para ele. Mas é sim o jeito dele me mostrar o quanto gosta das coisas simples da vida.

imagem de um bebê brincando com folhas

Vocês concordam que quanto mais simples melhor?

Em vez de eu ficar insistindo que ele seja como eu, ou ficar super estimulando meu filho, tenho tentado aprender com ele a curtir mais o simples e enxergar a beleza das pequenas coisas.

Filho, obrigada por tudo que tu me ensinas. Deus, obrigada pelo meu filho.

imagem de um bebê tentando falar

Coisas que meu filho me ensina: o óbvio tem que ser dito

Não sei exatamente onde li ou ouvi isso, mas concordei com a ideia e tentei colocá-la em prática na minha vida: muitas vezes, mesmo sendo óbvio, é bom deixar dito. É bem possível que tenha sido na faculdade, época em que eu refletia bastante sobre quem eu sou e quem gostaria de ser.

É bom deixar dito: para que não haja falsas suposições, para que o outro saiba exatamente o que pensamos. Supor que o outro já sabe é temerário. Melhor falar, mesmo que pareça óbvio.

Mas aí a vida nos atropela, o tempo passa e a gente esquece. Até que um carinha de dois anos de idade chega para a mamãe aqui e diz: “Oi! Sabia que eu cheguei, mamãe?”. Não, não é uma metáfora. O filhote me diz MESMO essa frase quando volta de algum passeio com o papai ou com os avós.

A reação reflexa que eu tinha era: “Claro que eu sabia, filho. É óbvio! Estou te vendo aqui!”. Mas conforme a frase continuava sendo repetida, eu fui lembrando daquela reflexão lá de trás, de que o óbvio também tem que ser dito.

O simples e o óbvio

O pequeno, com sua sabedoria de 2 anos, precisava se certificar de que eu tinha visto que ele chegara – e agora, deveria dar atenção para ele. E assim ele faz, em vários outros momentos:

“Já tá de dia, mamãe!” Mesmo que o sol esteja aparecendo pela fresta da cortina, ele necessita da confirmação de que podemos levantar para começar o dia (principalmente nos sábados de manhã).

“Sabia que eu já tô grande, mamãe?” Para mim isso nem era tão óbvio assim, mas ele fez questão de externalizar no episódio da troca do berço pela cama, por exemplo.

“Sabia que eu te amo, mamãe?” Como não morrer de amor? É claro que eu sabia, mas é TÃO bom ouvir! Fala de novo, filho, fala!

E assim meu pequeno menino grande vai me ensinando – relembrando – que o óbvio tem sim que ser dito.

Simplesmente o óbvio tem que ser dito.

Não apenas para evitar que enganos se perpetuem. Porque em alguns momentos a outra pessoa pode ter entendido errado o que dissemos, sim, e não custa nada repetir, de outra forma que seja, para ter certeza de que a mensagem foi compreendida.

Mas também, simplesmente, para fazer o outro feliz. Não tenho dúvidas de que meu filho sabe que eu sei que ele me ama, mas ele também sabe o quanto fico feliz em ouvi-lo dizer as palavras exatas.

Por valorizar tudo isso, reforço o ensinamento para ele: “A mamãe fica feliz quando tu falas isso, filho”. “O papai adora quando tu dizes que gosta dele.” “O vovô fica muito alegre quando tu falas que adoras ir na casa dele.” “A vovó fica bem contente quando agradeces o presente que ela te deu.”

Querem saber mais uma coisa óbvia: as crianças aprendem muito mais pelo exemplo do que por palavras vazias. Vamos, nós também, sair por aí falando coisas óbvias?

Vamos ter paciência para repetir mil vezes que eles não devem mexer em tomada. Vamos falar com carinho que pular desse jeito no sofá é perigoso. Vamos lembrar a importância de comer os legumes.

E vamos também nos deliciar todas as vezes que os pequenos retribuírem esse cuidado e carinho nos dizendo o óbvio: que eles nos amam – assim como nós os amamos.

Ah! E deixem seus comentários, mesmo que óbvios, para eu saber se vocês concordam comigo!

imagem de dois meninos brincando na cama elástica

Coisas que meu filho me ensina: crianças se entendem

De vez em quando comento no Instagram – e mostro nos Stories (já seguem a gente por lá? @somelhora) – sobre uma amizade especial do filhote. Cada vez que os observo eu penso: crianças se entendem. Simples assim.

Esse amigo especial a que me refiro estuda na mesma turma do meu filho e mora no nosso prédio. Há um combinado entre nós e os pais do menino – e entre os dois pequenos, claro! – que toda sexta é dia de brincarem juntos.

Assim, numa sexta o amigo vem a nossa casa; na outra, o Vinicius vai à casa do amigo logo após o colégio e brincam juntos até a hora do banho. Esse período dura aproximadamente uma hora e meia, mas é tão rico que vale por uma infinidade de minutos.

Mais recentemente, a irmã desse amigo passou a fazer parte do programa – e o mais importante, da amizade. Assim, temos um trio em escadinha de idade: ela com 2, o filhote com 3 e o amigo com 4 anos.

Toda vez que os observo em suas brincadeiras, eu penso: – relembro, reaprendo – crianças se entendem. E eu tento aproveitar ao máximo esses momentos para aprender com eles. Também quero me entender com os outros assim.

O entendimento deveria ser simples

De vez em quando, recebemos um casal de amigos com filhos em casa, ou encontramos amigos com filhos em restaurantes. Esses filhos dos amigos podem ou não ter idades parecidas com a do meu filho. Não importa. De um jeito ou de outro, eles se entendem.

Tenho dois sobrinhos com praticamente 10 anos de diferença do meu filho e uma sobrinha apenas 6 meses mais nova que ele. Nas festas de família e nas férias escolares, os primos se encontram. E adivinhem? Se entendem instantaneamente.

É claro que em alguns momentos os pequenos não têm maturidade emocional para lidar com certas situações. Mas percebam o que eles fazem: eles brigam, choram e voltam a ser amigos no segundo seguinte!

Quando o amigo especial do filhote ficou doente, pediu para receber visitas diárias do Vinicius. Eles adaptaram as brincadeiras porque o menino doente cansava fácil. Quando o Vinicius ficou doente, foi a vez do amigo retribuir as visitas – e a adaptação das brincadeiras.

Meu filho me ensina muito por meio de suas amizades.

  • Dialogar é sempre o melhor caminho.
  • Ceder de vez em quando não mata ninguém.
  • Observar primeiro, agir depois.
  • Escutar e praticar a empatia.
  • Crianças se entendem – quanto mais simples melhor.

Como escrevi acima, sobre outra coisa que meu filho me ensina: o óbvio tem que ser dito. Pois bem, estou aqui dizendo – repetindo – o óbvio: precisamos observar mais as amizades dos pequenos e aprender com elas.

Ah! As crianças! Crianças se entendem. Simples assim. Temos tanto a aprender com elas! Aliás, a simplicidade e o fato de o mais simples ser melhor é outra coisa que meu filho me ensina, como mencionei lá no começo.